I'm Back!

Como estão vocês, heterótrofos leitores? [estão acabando os adjetivos!] É, a crise existencial passou, e o alter-ego conhecido como Expectatore voltou, para delírio de all folks. E mais estúpido do que nunca.

Para começar essa "nova era", nada como falar borracha. Uma arte milenar, levada à sério nos quatro cantos do mundo. Até mesmo por membros "intelequituais" do mainstream. Uma regra útil é que a borracha deve ser conscientemente dita... porque se você não souber quando fala borracha, você é só idiota mesmo. E não há nada que eu possa fazer. Hoje, teremos mais uma edição dos manuais do Expectatore, com um tema que todos, em algum momento, terão contato: uma rotina de trabalho!

Manual Prático do Expectatore para Dias Úteis (MAPEDU)

E, finalmente, um dia você resolveu sair de baixo da asa de sua mãe [isso foi só uma metáfora, não chamei ninguém de galinha, que fique bem claro] [ou chamei?], e entrou para o mundinho fascinante conhecido como mercado de trabalho. Você agora vai ganhar dinheiro, vai levar uma vida de luxos. Mas, primeiro, você precisa compreender o que isso significa de um ponto de vista mais técnico. Aqui entra o meu papel... como já tive experiência em várias áreas do conhecimento humano [como rushing e briga de foices], vou ajudá-lo. Viu como sou bonzinho, às vezes?

1. Le morning!
E, então, você descobriu que agora não pode mais dormir até 14 horas. Geralmente, você vai levantar antes das 6. Sua dieta consistirá de café, pão e manteiga. Pão de ontem, café de ontem, manteiga de 2 meses atrás. Aconselho margarina porque esta demora a ficar rançosa. Você passará no mínimo uns 15 minutos em rotina de reboot, reiniciando o sistema, por assim dizer. Nessa hora, onde a consciência está meio perdida, você será sincero como uma criança de 4 anos. Cuidado com o que você disser: por experiência própria, é melhor ficar calado.
Não se esqueça de escovar os dentes após a refeição. Em dias mais felizes, você descobrirá que, por exemplo, acabou o café. Nesse dia, você vai ficar entupido de pão. Noutro dia, faltará a manteiga, e o pão vai descer arranhando, se você não "embebê-lo" no café. E no dia em que não houver pão, café com manteiga faz bem para os brônquios, dizia minha mãe.
Hora de trocar de roupa. Nunca troque de roupa antes do café. O risco de acidentes é elevado, diretamente proporcional à brancura da camisa. Coloque um desodorante, e até um perfuminho, porque ninguém merece a sua exalação de "feromônios", cujo único efeito é afastar possíveis parceiros sexuais. Para os mais "exaltados", acetona e bicarbonato funcionam. Enfie as chaves e demais pertences nos bolsos, confira se o gás está fechado [se você não conferir, isso vai te perturbar o dia inteiro] e rumo à luta!

2. O C.U.: Coletivo Urbano.
É, você não tem um carro. Acho que agora você compreende a parte do perfuminho. Chegue no ponto de ônibus com no mínimo uma hora de antecedência para o horário em que você pretende embarcar. Afinal, você não quer perder esse emprego, né? Aconselho o uso de jaquetas, para facilitar na hora do empurra-empurra, para você não se arranhar. Aquela velhinha que você derrubou no meio-fio, não se preocupe: ela iria morrer de qualquer jeito mesmo. 
Leve o dinheiro trocado. De preferência, em moedas de 5 centavos. Após pagar, prepare-se para o que passará a ser sua academia matinal: agarre-se na barra alta, e fique praticando uma espécie de windsurf de pobre. Deixe o corpo solto nas curvas, e sinta a emoção do movimento, como naquelas propagandas de cigarro Hollywood da década de 80. Você nunca cairá nesse horário: não tem pra onde cair. 
Você conhecerá três figuras dentro de um C.U. : o estudante retardado, com fones de ouvido e mochila nas costas. O gordo sem-noção, que divide o ônibus em antes e depois dele. E o taradão, que, bem, encontrará o jeito mais difícil de passar pelas mulheres no corredor. Após o suplício, toque o sinal. Você está no trabalho!

3. O trabalho
Você chegou no trabalho. Todos te olham estranho, pois você cheira a uma mistura alquímica de desodorantes. A "pizza" crescente embaixo dos braços não ajuda no figurino. Mas, foda-se, você chegou. E no horário, miraculosamente. Antes de começar a cogitar em pensar em trabalhar, vá tomar um cafezinho. O mais importante no trabalho não é trabalhar, é construir as relações sociais que pagarão a sua cerveja no happy-hour (hora feliz? Que merda). 
Aqui também temos os personagens: o chefe ranzinza, aquele que te dá boa-tarde porque você chegou 8 horas e 2 minutos. O chefe gente-boa, que paga a cerveja da galera e com certeza será despedido na próxima reunião. A secretária em que todo mundo viaja, inclusive você. [O público feminino desse blog que se dane, não sei dar exemplos do seu ponto de vista.] Sua colega de trabalho mal-cuidada, por assim dizer. Um bom alvo para desesperados. O sabichão, informado sobre tudo e todos, é aquele cara que você pode perguntar o resultado da última rodada do campeonato cearense, e ele saberá te responder. O pseudo-sabichão, que é um perfeito idiota, e todos sabem disso, exceto ele. O piadista, o melhor companheiro do café, torna seus dias mais suportáveis. O pseudo-piadista, que torna seus dias insuportáveis. O "aspone", sigla consolidada de "ASsessor de POrra NEnhuma", que acha que tem alguma importância na empresa. A única ocupação dele é acumular, geralmente, o cargo de "pusache", "PUxa-SAco CHEfe". 

4. A volta
Bem, você, após o dia de serviço, voltará a tomar um C.U. [Cuidado, existe uma expressão bem parecida, mas que não vem ao caso... ou vem?] A diferença aqui reside no fato de que agora, não há perfuminho. Existe um "bakufun" no ar. Técnicas avançadas de mergulho em apnéia pagarão seu preço em ouro agora. O estudante retardado se tornou um estudante quebrado, dormindo em pé, com um dos fones caindo, e continua a atrapalhar a passagem. O gordo sem-noção digievoluiu para gordo suado, e agora tem uma "área de exclusão" em torno dele. O taradão continua dentro do ônibus, e é melhor você saber onde ele está. Se você não puder vê-lo, sinto muito, talvez já seja tarde demais. 
Agora você está em casa. Sonâmbulo, sujo, quebrado. E feliz, porque amanhã começa tudo de novo!

Bem, fiquem com isso, por enquanto. Espero voltar com mais frequência, mas quem faz promessas é político.  E posso ser o filho da p&%@ que for, mas ainda não evoluí para isso. Até mais. Vida longa e próspera! _|| //

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro:/Passou a vida folgada, e milagrosa:/Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro." - Soneto do Epitáfio, Manuel Maria de Barbosa l'Hedois Du Bocage, poeta do arcadismo português.

Guia Culinário do Expectatore - I

Bem, companheiros de luta, cá estou eu para mais um post. E vou inaugurar uma série de posts, com tema culinário, pois como os meus "queridos" amigos sabem, cozinhar é um hobby para mim. Mas, antes da diversão, vem a palavra praticidade, e como sou uma pessoa deveras ocupada, prezo pela facilidade e curto tempo de preparo. Você se identificou com as frases acima? Se não, caia "fora da minha propriedade!" Se sim, continue e desfrute de toda a minha sabedoria milenar, de técnicas passadas de geração em geração, em nome do bem comum de toda uma humanidade faminta!

Comecemos no princípio! (Pleonasmo de reforço, sim senhor.)

O MÍTICO GUIA CULINÁRIO DO EXPECTATORE

Capítulo I

"Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo da tampa da panela. Tempo para cozinhar, e tempo para fritar. Tempo para picar, e para juntar o que foi picado."


Bem, começaremos com algo simples. Arroz. [Vai me dizer que nunca fez arroz??] O arroz é a base da culinária brasileira, e merece ser o primeiro tópico abordado. O arroz que aprenderemos é chamado de Arroz Sem-Frescura. Porque não é fresco, obviamente!

Arroz Sem-Frescura - porque cuidado é coisa de homem que não é homem.


Material: 


Você precisará de óleo. Serve aquele que você junta para o pessoal da reciclagem, ser limpo é o que menos importa. Aos totais inábeis, informo que não se trata de óleo lubrificante, nem Diesel. De preferência, de soja. (Transgênica.) Milho é frescura, canola é totalmente fora do sério! Girassol nem vou comentar. Azeite, é coisa de português, será abordado em outro capítulo.

Outro ingrediente é alho. Pegue uma faca, e amasse o dente violentamente. A casca sairá com facilidade depois. Se não sair, xingue o dente de alho até que ela saia. Pode ser necessário o uso de luz indireta. Técnicas de interrogatório vão bem. "Expectatore, o que faço com as cascas?" Bem, duas alternativas. Coma agora, ou jogue no arroz depois, desperdício não! Faça uma pasta de alho. Lembrando que tempero pronto é frescura.

Sal. O antigo salarium dos romanos agora é mais barato do que navio na Bolívia. Mas não é porque é barato que você vai exagerar, ok? Reserve uma quantidade que você achar que deve reservar. Não tem medidas aqui, medida é frescura!

Arroz. Ah vá, é mesmo?

Hidróxido de Di-hidrogênio. Água, para os íntimos.

Preparo:


Coloque a água pra ferver antes. Quando ela levantar fervura [é, são as bolinhas], desligue o fogo. Hora de começar o que interessa. Usando apenas uma mão [um mamão?], amasse o litro de óleo, até o fundo da panela ficar coberto com uma camada. Óleo vegetal não tem colesterol, então, que se f#$%. E nem estamos ligando também, saúde é para os fracos!

Ligue o fogo. [Ah, queria fazer com o fogão desligado? Estúpido.] O óleo vai começar a esquentar. "Expectatore, quando sei que o óleo está quente?" Bem, sugiro testar com o dedo...

Jogue um tanto de arroz na panela, para fritar. "Quanto arroz??" O tanto que sua gula pedir. Se tiver visitas em casa, mande-as trazer o arroz de suas casas, afinal, você já está preparando o alimento. "Não tinha de lavar antes?" Lavar é para os fracos...

Assista o arroz se torturar no mar de óleo. Quando achar que ele já sofreu o bastante, adicione a pasta de alho para dourar. Cuidado com essa parte, para não f%$#@* com o que você, no limite de sua capacidade mental, já conseguiu. Assim que estiver "emanando o doce perfume"... do alho, é hora de acrescentar a água.

Prepare-se para a parte mais emocionante de fazer arroz. O show pirotécnico de quando a água encontra os torturados grãos. Recomendo não olhar o show de perto, se quiser continuar a ler esse blog. Se você morar em apartamento, vai encher tudo de fumaça... vão achar que você está fazendo uma fogueira na sala...

"E agora, tenho sopa de arroz... que mierda!" Calma, jovem jedi. É uma questão de tempo até que a água seque, e você fique com um manjar dos deuses em forma de panela de arroz. "E caldo Knorr, óregano, salsinha, não vai mais nada?" Não. Esse é o Arroz Sem Frescura. É arroz, só arroz, e vai continuar sendo arroz até o fim dos tempos. E que se dane o resto.

Apresentação:


Sirva o arroz em um prato. É só. Se você quiser honrar os deuses, coma direto da panela, usando as mãos. Nada é menos fresco que isso!

Nível de dificuldade: *** (qualquer idiota faz)
Número de porções: {x pertence a [0, infinito positivo[} ou  função(olho do cozinheiro).
Tempo de preparo: 6u.m. (u.m. = unidades matutinas, 1u.m. = "só mais cinco minutinhos")

Até a próxima, aspirantes a chef!

"(...) O preço do arroz não cabe no poema." - Não há vagas, poema de Ferreira Gullar.

Sobrevivendo a um blecaute

Olá, compatriotas leitores de Expectatore. Resolvi aplicar uma desfibrilação nesse moribundo blog, e posto algumas coisas aqui, para delírio [e pavor] de toda a nação. Os motivos da minha ausência não interessam a vocês mesmo, então, vamos aos fatos.

BLECAUTE: sim, leitor. Você está na última linha de um texto, 52 páginas, espaçamento simples, 1.0. A setinha [ou cursor, como preferem os mestres] vai até o anacrônico disquete roxo [roxo?!] e se prepara para salvar seu fruto de 4 horas. Mencionei que você fez rascunho? Não mencionei, então você não fez. Ao clicar, você deve escolher um nome, afinal, sua pasta já tem "n" "Novo(a) documento do Microsoft Office Word", com atenção para o misterioso "(a)", que não faz sentido. E então, a luz pisca. Você olha pra cima, olha pra fora, uma chuva de canivetes. Pensa: "agora, é só salvar!" e então, acontece. A tela apaga, você grita um "nããããããão!" cinematográfico...

Pior é se você estiver on-line em um "mensageiro eletrônico", como diriam os telejornais. Quando você voltar, terá mil mensagens do tipo "você está aí?" até o mais exaltado, "me bloqueou por quê?". Talvez você estivesse esperando terminar aquele maldito download de 74 horas, que a previsão dizia "1 ano e 7 meses". Como você desconhece a magia dos torrents... game over!

E falar em game over, pode ser aquela última fase de qualquer jogo. Ou o gol de classificação do seu time. Não importa, segundo a lei de Murphy, você nunca estará, por exemplo, lendo um blog quando a energia acaba. 

Guia de sobreviência do Expectatore para blecautes:

- Hã, o que é isso? É de comer?
Primeiro, vamos nos entender: blecaute, do inglês "blackout" - "preto fora" - interrupção repentina do fornecimento de energia elétrica. Não, leitor, não se pode esperar um blecaute. Eles "acontecem". É como o Apocalipse, uma hora dá em mierda.

- Tem como eu evitar?
Tem. A energia gerada a partir da troca de íons entre batatas e cítricos é uma boa opção. Com 500 pares delas, talvez você consiga recarregar seu celular. Outra alternativa é ter um gerador Diesel em casa. Não a marca, o combustível. Se você morar em um prédio, uma barragem hidrelétrica no terraço pode resolver seus problemas.

- Um blecaute pode queimar meus aparelhos?
Não. Queimar implica "ser consumido pelas chamas". A não ser que o raio caia em sua cabeça, não há com o quê se preocupar.

- Aconteceu um blecaute. Quem eu chamo?
Lanterna Verde?

- Estava lendo esse maravilhoso blog, e acabou a energia. O que eu faço?
Nada. E tem mais: se a energia acabou, como você leu essa resposta??

- Alguma sugestão de atividade para passar o tempo?
  Aprenda código-Morse. E fique fazendo combinações pela janela do prédio, aquele seu vizinho psicótico com certeza gostará da ideia. Se você morar em térreo, use lasers verdes para derrubar aviões. Como o carinha lá da França. Eu ia sugerir ler um livro, em Braille.

- Eu estou com fome.
A verdade é que eu também. Pode mandar entregar aqui em casa, e não se esqueça de substituir os sachês de maionese por ketchup. Manda uma Coca-Cola dois litros também. Se você mora no 16º andar de um edifício, e seu gás acabou, ligue para o disk-entrega. Você morrerá assim que o entregador chegar aí em cima, em 2014.

- Eu estou na rua, e os sinais estão todos apagados.
Como diria um motoqueiro: "Tá quebrado, galera, uhuuuul!"

- Quando a energia vai voltar?
Quando você começar a se divertir com a situação! Murphy strikes again! Aproveite para exercer atividades que você frequentemente não faz, como pensar, ficar em silêncio... se a sua dependência de eletrônicos for muito grande, compre um radinho de pilhas. Ele usa, adivinhem, pilhas! 

- Tenho medo de cair andando no escuro, o que eu faço?
A solução é simples, não ande. Se mesmo assim você insistir, o corolário II de Murphy diz que baterá algo em alguma quina. Que Deus tenha piedade da sua alma.

- Não tenho uma lanterna, posso usar velas?
Até pode. Só não durma como a loira da propaganda dos bombeiros, que, quando acordou, "a cortina estava pegando fogo!" Velas são troços interessantes: sabia que dá pra pregar uma vela na horizontal na parede, e ela queimará mais rápido? Você pode também convidar aquela pessoa especial para um jantar, e se aproveitar da situação para brincar... de fazer sombras na parede! XD

- Não tenho lanterna, nem velas.
Se você fizer o tipo esotérico, pode iluminar sua casa usando incensos. Além do cheirinho bom que durará uns dois meses, pode fazer disparar o alarme de incêndio. Você precisará de uma boa quantidade deles. Sugiro amarrar em maços e acender usando um maçarico. Mas, se você tem um maçarico, para que o incenso, né?

- Tenho velas, mas não tenho fósforos, nem isqueiro, nem duas pedras-sílex.
Peça a Deus que mande fogo.  Cuidado, que ele usa raios para isso.

- Tenho uma pedra-sílex.
Parabéns, idiota.

- O que é uma pedra-sílex?
É um objeto sagrado que, quando atritado, gera faíscas que podem iniciar uma fogueira. Utilize uma sem ponta, sempre sob a supervisão de um adulto, e mantenha longe do alcance de crianças e animais domésticos. Não ingerir, não inalar, não olhar fixamente. Não usar antes de operar maquinário pesado. Pode causar epilepsia em pessoas propensas a isso. Não deve ser usado em conjunto com outros medicamentos. Pode causar irritação dos olhos, mucosas, e acelerar a queda de cabelo. E, finalmente, não é de comer.

Bem, fiquem com isso aí. Até [nunca] mais!!


"We will make electricity so cheap that only the rich will burn candles." - Thomas Alva Edison