Guia Culinário do Expectatore - I

Bem, companheiros de luta, cá estou eu para mais um post. E vou inaugurar uma série de posts, com tema culinário, pois como os meus "queridos" amigos sabem, cozinhar é um hobby para mim. Mas, antes da diversão, vem a palavra praticidade, e como sou uma pessoa deveras ocupada, prezo pela facilidade e curto tempo de preparo. Você se identificou com as frases acima? Se não, caia "fora da minha propriedade!" Se sim, continue e desfrute de toda a minha sabedoria milenar, de técnicas passadas de geração em geração, em nome do bem comum de toda uma humanidade faminta!

Comecemos no princípio! (Pleonasmo de reforço, sim senhor.)

O MÍTICO GUIA CULINÁRIO DO EXPECTATORE

Capítulo I

"Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo da tampa da panela. Tempo para cozinhar, e tempo para fritar. Tempo para picar, e para juntar o que foi picado."


Bem, começaremos com algo simples. Arroz. [Vai me dizer que nunca fez arroz??] O arroz é a base da culinária brasileira, e merece ser o primeiro tópico abordado. O arroz que aprenderemos é chamado de Arroz Sem-Frescura. Porque não é fresco, obviamente!

Arroz Sem-Frescura - porque cuidado é coisa de homem que não é homem.


Material: 


Você precisará de óleo. Serve aquele que você junta para o pessoal da reciclagem, ser limpo é o que menos importa. Aos totais inábeis, informo que não se trata de óleo lubrificante, nem Diesel. De preferência, de soja. (Transgênica.) Milho é frescura, canola é totalmente fora do sério! Girassol nem vou comentar. Azeite, é coisa de português, será abordado em outro capítulo.

Outro ingrediente é alho. Pegue uma faca, e amasse o dente violentamente. A casca sairá com facilidade depois. Se não sair, xingue o dente de alho até que ela saia. Pode ser necessário o uso de luz indireta. Técnicas de interrogatório vão bem. "Expectatore, o que faço com as cascas?" Bem, duas alternativas. Coma agora, ou jogue no arroz depois, desperdício não! Faça uma pasta de alho. Lembrando que tempero pronto é frescura.

Sal. O antigo salarium dos romanos agora é mais barato do que navio na Bolívia. Mas não é porque é barato que você vai exagerar, ok? Reserve uma quantidade que você achar que deve reservar. Não tem medidas aqui, medida é frescura!

Arroz. Ah vá, é mesmo?

Hidróxido de Di-hidrogênio. Água, para os íntimos.

Preparo:


Coloque a água pra ferver antes. Quando ela levantar fervura [é, são as bolinhas], desligue o fogo. Hora de começar o que interessa. Usando apenas uma mão [um mamão?], amasse o litro de óleo, até o fundo da panela ficar coberto com uma camada. Óleo vegetal não tem colesterol, então, que se f#$%. E nem estamos ligando também, saúde é para os fracos!

Ligue o fogo. [Ah, queria fazer com o fogão desligado? Estúpido.] O óleo vai começar a esquentar. "Expectatore, quando sei que o óleo está quente?" Bem, sugiro testar com o dedo...

Jogue um tanto de arroz na panela, para fritar. "Quanto arroz??" O tanto que sua gula pedir. Se tiver visitas em casa, mande-as trazer o arroz de suas casas, afinal, você já está preparando o alimento. "Não tinha de lavar antes?" Lavar é para os fracos...

Assista o arroz se torturar no mar de óleo. Quando achar que ele já sofreu o bastante, adicione a pasta de alho para dourar. Cuidado com essa parte, para não f%$#@* com o que você, no limite de sua capacidade mental, já conseguiu. Assim que estiver "emanando o doce perfume"... do alho, é hora de acrescentar a água.

Prepare-se para a parte mais emocionante de fazer arroz. O show pirotécnico de quando a água encontra os torturados grãos. Recomendo não olhar o show de perto, se quiser continuar a ler esse blog. Se você morar em apartamento, vai encher tudo de fumaça... vão achar que você está fazendo uma fogueira na sala...

"E agora, tenho sopa de arroz... que mierda!" Calma, jovem jedi. É uma questão de tempo até que a água seque, e você fique com um manjar dos deuses em forma de panela de arroz. "E caldo Knorr, óregano, salsinha, não vai mais nada?" Não. Esse é o Arroz Sem Frescura. É arroz, só arroz, e vai continuar sendo arroz até o fim dos tempos. E que se dane o resto.

Apresentação:


Sirva o arroz em um prato. É só. Se você quiser honrar os deuses, coma direto da panela, usando as mãos. Nada é menos fresco que isso!

Nível de dificuldade: *** (qualquer idiota faz)
Número de porções: {x pertence a [0, infinito positivo[} ou  função(olho do cozinheiro).
Tempo de preparo: 6u.m. (u.m. = unidades matutinas, 1u.m. = "só mais cinco minutinhos")

Até a próxima, aspirantes a chef!

"(...) O preço do arroz não cabe no poema." - Não há vagas, poema de Ferreira Gullar.

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